Diabetes: como a cirurgia bariátrica pode interferir no tratamento da doença que afeta grande parte dos brasileiros

No Brasil, a bariátrica já é a segunda cirurgia mais realizada, e só em 2016, foram mais de 100 mil procedimentos, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica

O diabetes já é uma das doenças que mais atinge pessoas no mundo todo. E, nos últimos 10 anos, o número de brasileiros diagnosticados com a doença cresceu 61,8%, passando de 5,5% da população em 2006 para 8,9% em 2016. Além disso, as mulheres são as mais afetadas; segundo pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), encomendada pelo Ministério da Saúde, o grupo passou de 6,3% para 9,9% no período, sendo que, para os homens, foram registrados 4,6% e 7,8%.

Frente a tudo isso, está a cirurgia bariátrica (redução de estômago), indicada para pacientes com associação de diabetes tipo 2 e obesidade, como forma de controlar e combater as doenças além dos tratamentos clínicos. “Para quem tem já tem indicação cirúrgica, a robótica vem como uma opção capaz de trazer resultados ainda melhores no controle ou até remissão do problema– com exceção apenas de pessoas com condições clínicas, como: problemas cardiológicos, renais e pulmonares, que não podem passar pela cirurgia”, explica o Prof. Dr. Fábio Thuler, especialista em cirurgias digestivas. A bariátrica já é o segundo tipo de cirurgia mais realizada no Brasil - só em 2016 foram 100 mil procedimentos, segundo a SBCBM – Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica).

Robótica X cirurgia bariátrica -> Assim como qualquer outra cirurgia, a bariátrica também apresenta alguns ricos – neste caso, os mais específicos são as fístulas (possíveis vazamentos nas costuras), obstrução intestinal e sangramento. Mas, quando falamos na cirurgia robótica, esses riscos caem a quase ZERO. “Em centros especializados, os riscos já são muito baixos – de 0,1 a 0,5%; além disso, com a tecnologia robótica o procedimento se torna muito mais preciso e menos invasivo, o que favorece a realização cirúrgica e a recuperação do paciente”, explica.

Com a tecnologia robótica, as cirurgias são de alta precisão e menos invasivas, além de oferecerem benefício estético, quando comparado às cirurgias tradicionais. “A cirurgia robótica é segura e confortável para o paciente durante e após a cirurgia, pois garante cortes muito pequenos, menor tempo de internação, e recuperação rápida, sem grandes cicatrizes, com retorno às atividades físicas precoce e menor sangramento”, explica o Dr. Fábio.

Mas, como de fato a cirurgia age no corpo? Com a cirurgia bariátrica, há uma redução da grelina no estômago – hormônio responsável por estimular a fome. Além disso, o estômago, reduzido pela cirurgia, não consegue digerir o alimento, que acaba chegando praticamente intacto e de forma mais rápida ao intestino – isso faz com que haja uma liberação de diversos hormônios, entre eles o GLP1, que age no pâncreas e estimula a produção de insulina.

Consequentemente, mais insulina significa mais açúcar nas células e menos no sangue. Por fim, mais uma vantagem é que quando a pessoa emagrece, a insulina consegue agir de forma mais efetiva no corpo.

Por fim, o profissional destaca que, assim como qualquer outra cirurgia, ela requer cuidados específicos. Por isso, antes do procedimento, deve ser realizado o controle do diabetes e das doenças associadas. Já após o período de recuperação, que é em torno de 15 dias, as mudanças de hábitos de vida são indispensáveis – alimentação saudável, prática de atividades físicas, etc.

Mais uma vez, a robótica conciliada à medicina, é capaz de garantir saúde e bem-estar para um número cada vez maior de pessoas.